O Brasil atravessou e continua atravessando sérias dificuldades econômicas que vêm impactando consideravelmente as empresas, principalmente as de pequena e médio porte.
Para tentarem diminuir esses impactos e sobreviver em tempos de dificuldades, muitos empresários optaram por desbravar novos mercados, buscando alternativas no comércio internacional.
Neste cenário a indústria acabou passando por profundas transformações tecnológicas somadas à velocidade das informações, surgindo a 4ª Revolução Industrial, a Indústria 4.0, e com ela surgiram também as startups, trazendo ao mercado inovações em tecnologias e negócios direcionados ao comércio exterior, facilitando e simplificando os processos, criando softwares e plataformas para o controle de importações e exportações, despachos aduaneiros e contratação de fretes e seguros, com o objetivo de se operar na quarta geração, surgindo a revolução 4.0 dentro do Comércio Exterior, o Comex 4.0.
O Comex 4.0 já é uma realidade do comércio exterior brasileiro e mundial, tendo como objetivo único o de reduzir custos no frete internacional e nacional para todos os modais, tracking online, compliance, blockchain, internet das coisas com big data, utilização da Inteligência Artificial, simplificando assim a gestão do comércio exterior, para a busca constante de inovação, agilidade, redução de custos e eficiência nos processos, dando a possibilidade às empresas e aos profissionais de COMEX de focarem suas energias no que realmente faz a diferença ao negócio, que são as estratégias a serem seguidas em busca de vantagens competitivas em relação aos seus concorrentes, facilitando a tomada de decisões, para que empresas possam tornar-se líderes do seu segmento no mercado global.
Cargo X e Cheap2Ship são exemplos dessa nova realidade no Comércio Exterior. A Cheap2Ship é uma startup que oferece uma plataforma para negociação de fretes nacionais e internacionais através de um sistema de negociação por leilão online, onde importadores e exportadores podem escolher seus possíveis parceiros através da avaliação de custos, prazos e condições de serviços ofertados, com processo de cotação simplificado e totalmente ágil.
Já a Cargo X é uma startup de tecnologia e logística que funciona como um elo entre transportadoras e cargas, sendo que, através de um aplicativo mobile faz a identificação de caminhões ociosos e a triangulação de rotas usando machine learning e big data, e vem sendo nomeada como o “Uber dos fretes rodoviários”.
Outro exemplo a ser citado é o caso da MAERSK que se juntou à IBM e lançaram uma solução de transporte global utilizando blockchain. A plataforma é capaz de rastrear dados cruciais sobre cada remessa em uma cadeia logística em tempo real, reduzindo a necessidade de intermediários, com acesso as informações de forma segura e ágil.
O Brasil vem buscando cada vez mais se inserir dentro dos cenários internacionais, investindo em trazer a tecnologia 4.0 para dentro dos processos de comércio exterior, aumentando assim o controle nas importações e exportações brasileira, a integração dos sistemas e a centralização das informações, e consequentemente transformando os processos mais ágeis, eficazes e consistentes. Um exemplo dessa inserção foi o Acordo de Facilitação de Comércio, assinado com a Organização Mundial de Comércio (OMC), fomentando assim a criação da DUE (Declaração Única de Exportação, da DUIMP (Declaração Única de Importação), dos novos processos de integração com os operadores de Comércio Exterior (LPCO), da certificação das empresas OEA e das negociações de novos acordos comerciais.
O que este novo cenário exigirá dos profissionais atuantes no Comércio Exterior?
As empresas precisam estar em constante inovação para se manterem no mercado atual, para assumirem a liderança e se consolidarem neste mercado tão competitivo. Elas precisarão investir em ferramentas, softwares, soluções que permitam estarem em poder de informações atualizadas em tempo real. As organizações precisarão se adaptarem a nova realidade com agilidade para poderem se destacar dentre as demais.
Vale ainda ressaltar que as empresas não poderão deixar de investir cada vez mais na capacitação de seu colaboradores, e necessitarão também rever seus processos a fim de identificar pontos que precisam de ajustes e automatização para assim adequar-se a essa nova realidade.
Já o profissional de comércio exterior precisará estar totalmente familiarizado com as tecnologias da Indústria 4.0, procurando se capacitar sempre, capacitar-se em novas tecnologias, manter-se atualizado, acompanhando todas as evoluções que já começaram a ocorrer. Este profissional deixará de realizar tarefas repetitivas e deverá procurar desenvolver o seu lado analítico, para assim desempenhar um papel ainda mais decisivo nas tomadas de decisões.
Este profissional deverá deter todo o conhecimento técnico e operacional dentro do Comércio Exterior, mas acima de tudo deverá ter uma visão mais ampla sobre o negócio da empresa em que atua. Funções operacionais serão otimizadas e novas funções e profissões surgirão em um futuro bem próximo e este profissional precisará e deverá estar atento a essas modificações.
Portanto, capacite-se, atualize-se, inove sempre!!!
A Quarta Revolução Industrial já é uma realidade e ignorá-la pode ser um erro fatal para o seu negócio, para a sua carreira profissional.
E você caro leitor(a), já está preparado para essa nova realidade? O que você vem fazendo para se adaptar a tantas mudanças? De que forma você vem se preparando?